segunda-feira, 24 de maio de 2010

Escolhas..

Minha história como professora e minha relação com a leitura e escrita despertou mais significativamente na universidade; o engraçado é que entrei no curso de Letras por causa do inglês (que eu adorava e tinha sonhos de viajar o mundo através dele e com ele). No entanto, na graduação descobri o encanto da literatura, a leitura, da análise e crítica literária. Na faculdade também passei a gostar mais da linguística do que da própria Língua Portuguesa por que alguns professores ensinavam a gramática pela gramática, pura e simplesmente, portanto o ensino da Língua Materna por uma visão linguística me motivava mais. Aprendi então como ensinar e como não ensinar LP na escola. Quando estava na escola era melhor aluna em matemática do que em Língua Portuguesa, vejam só os rumos que a vida da gente toma (fui ser professora de Português).
Também não posso negar que sempre fui boa aluna, cumpridora de todas as tarefas e gostei sempre de ler e escrever – obviamente somente quando a professora exigia. Fiz muitas leituras na Graduação, algumas prazerosas outras nem tanto, mas agradeço meus professores por terem possibilitado também as leituras acadêmicas diversas, ditas “menos prazerosas”, pois elas foram importantes para minha formação como profissional e como pessoa.
Como professora sempre fui taxada como “boba”, a professora das atividades porque vivia cheia de textos para corrigir, aproveitava minha hora atividade para isso, levava pilhas e pilhas de textos para ler e corrigir em casa, prefiro ser chamada de “boba” do que de omissa, pois acredito que os alunos só irão se tornar bons leitores se eles lerem e bons escritores se escreverem. Às vezes subestimamos nossos alunos, temos muitos com dificuldades, mas temos também pessoas escrevendo bem e expondo suas emoções e pontos de vista. Hoje não estou em sala de aula, pois trabalho com a parte administrativa/burocrática da Secretaria Municipal de Educação de minha cidade, mas não deixo minhas leituras de lado e sempre que encontro/leio algo interessante recomendo à orientação pedagógica. Acredito que não posso me afastar dessa relação com a leitura e escrita mesmo que no dia-a-dia eu faça mais memorandos e ofícios do que outras produções, vira e mexe arrisco a escrever outros textos (mesmo em casa). Ah, e o inglês lá do início da Faculdade que me motivou tanto, hoje já não me estimula como outrora, não que ele tenha sido esquecido ou deixado de lado, apenas está ocupando outra escala de valor / de prioridade em minha vida e carreira, e se eu quiser posso resgatá-lo. Na minha infância e adolescência não me recordo muito sobre situações de leitura e escrita em casa ou na escola que tenham me motivado a ser quem hoje sou, mas lembro de algo que marcou, foi o primeiro poema que li na escola, se não me engano chamava-se “Querência”, vou citar um trecho: “Pampa infinita, paz infinita, horizonte largo, melancolia na terra mole, quero-quero vê por longe a solene quietude da planície. Rio Grande, querência amada, que não vejo a tanto, fecho os olhos e vem como uma benção acalmar a febre da ausência e a saudade infinita do meu pago.” Vejam! Eu era tão pequena (deveria estar na 2ª série) e nem entendia o significado das palavras, mas me marcou, e olha que eu nem sou do Rio Grande do Sul, pra ter saudade de lá, talvez seja por isso que hoje goste de ir a rodeios e eventos da Tradição Gaúcha (pode ser que haja alguma relação).
Atualmente sou formadora em Letras e tenho duas especializações (pós), no entanto ainda tenho o sonho de fazer mestrado em Literatura e eu vou fazer com certeza.

Curso Diversidade Textual: os gêneros na sala de aula
Autora: Graziela Alves

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