terça-feira, 18 de maio de 2010

Memórias sobre a minha vida

A minha infância foi muito marcada pela ausência de meus pais que partiram muito cedo. Mas olhando num âmbito maior, foi a melhor época da minha vida. Apesar de eu sentir muita falta de meus pais, na verdade não sentia, na verdade comecei a sentir quando eu tinha 18 anos, quando entrei na universidade.
A ausência foi substituída pelas minhas irmãs, cunhados e sobrinhos. A minha irmã e meu cunhado que me criaram, souberam me educar, e dar o carinho que não tinha. Mas na verdade quero contar de minha infância, de como eu era feliz e não sabia, e que isso me reflete até hoje. Quando eu era criança, eu vivia solta, tinha total liberdade, andava de um lado para o outro, brincava com meus vizinhos, que não eram poucos. Na época minha família não tinha condições de dar presentes caros, mas isso nunca foi problema, os nossos divertimentos eram, as locinhas de barro, os pés de arvores que subíamos, as pipas que nós mesmos que montávamos, e as roupas para as bonecas, esses sim... também que fazíamos.
Como eu era feliz, a cada dia inventávamos cada coisa, um dia era assustar os crentes, enchíamos as bexigas de água e jogávamos de cima das arvores, isso que era piada, assim acabavam o dia, mas no outro já era tudo diferente.
Na escola éramos sempre os mesmos, nunca quis ficar em segundo plano, sempre me esforçava para tirar notas boas e ficar no grupo dos preferidos. Não era muito inteligente, mas tinha meus momentos. Sem contar as paixões, cada ano que passava era uma paixão diferente, mas claro só ficava na expectativa, ou seja, só friozinho na barriga, cartinhas, olhadas e tudo mais. Nunca fui correspondida e isso acontece até hoje, não sei o por que. Mas assim foi a vida, eu sempre era a cabeça, e também a mais velha, só na idade porque até hoje acho que nunca cresci, pois serie uma eterna criança.
Isso, estudava na escola básica. Depois da 8ª série tudo mudou, passei a estudar a noite, a trabalhar, e as amizades mudaram. Com elas as paixões, os pensamentos, assim ate fazer os meus 18 anos.
Mas a minha vida quando estudava na escola básica foi tão boa, que quando me chamaram para dar aula lá, fiquei grandiosa, uma porque tinha que me decidir de vez o que eu queria ser, pois nessa brincadeira já estava com 25 anos. Já tinha trabalhado em varias áreas e não era feliz. Bom isso faz parte, levei 7 anos para decidir o que eu quero, uns 26 anos para saber que tenho uma família, mas ainda não descobri o amor. Pois bem, quando entrei na escola, parece que tinha voltado a minha infância, ou já tinha trabalhado ali antes, foi uma sensação estranha, mas ao mesmo tempo gostava e estava satisfeita, pois tinha encontrado o que parecia ter perdido. Tinha voltado todas as lembranças boas, quando vi aquelas crianças, vi que elas precisavam de mim. Vi também que os meus problemas não eram nada em relação a elas. Assim estou aqui. Agradeço a Deus por me mostrar o caminho certo, afinal quando a gente não sabe o que quer, a gente não percebe quando encontra, mas naquele momento eu sabia o que eu queria.
Assim é um pouquinho da minha vida, hoje estamos assim, amanhã assados, e assim vivemos. O que hoje é um sonho distante, amanhã poderá ser tarde demais.

Curso Diversidade Textual: os gêneros na sala de aula
Autora: Inivalda Peixer
Formadora: Graziela Alves

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