terça-feira, 25 de maio de 2010

MEMÓRIAS..


MEU CAMINHO ATÉ A UNIVERSIDADE

Como todas as crianças também fui uma com uma infância um pouco rígida e sem muitas oportunidades.
Mais a escola era necessária. Matriculada numa escola estadual no interior fiz o primário depois o ensino fundamental. Não posso me envergonhar de dizer que sempre fui uma das melhores alunas nestes períodos.
Tinha muita vontade de continuar estudando, mais naquela época era muito difícil ter acesso a outra escola, pois aqui no interior só tinha o ensino fundamental. Para continuar teria que ir embora para outra cidade, mais fiquei dividida entre ir ou ajudar meus pais que estavam sozinhos trabalhando na lavoura, então optei em ficar com eles.
Aos 21 anos de idade me casei mais continuei morando no interior. Me dediquei a vida do lar e tive meus dois primeiros filhos.
Até que surgiu a oportunidade de cursar o ensino médio no supletivo. Me formei com orgulho, pois era mais um caminho percorrido. Na época minha professora de português insistiu para que eu continuasse a estudar, mais na minha cabeça achava que o meu tempo já havia passado, embora hoje me arrependa.
Parei, tempos depois tive o meu terceiro filho e continuava com aquela vida de dona de casa dedicada.
Surgiu então uma nova oportunidade, desta vez foi a faculdade na modalidade à distância, já que em uma presencial eu não teria como freqüentar. Resolvi enfrentar esse desafio e começar novamente.
Fiz o vestibular e a mais de dois anos estou estudando. As vezes me sinto cansada, pois a vida fica muito corrida e o tempo se torna curto. Mas, me sinto feliz porque além de estudar fiz muitos amigos, deixei de ficar só em casa, isolada de tudo e passei a participar de cursos e palestras.
Hoje vejo que o tempo não é motivo para que se diga que é tarde para começar a realizar um sonho, por isso pretendo chegar até o final e quando estiver em minha formatura poder dizer que valeu a pena.

Curso Diversidade Textual: os gêneros na sala de aula
Autora: Ivone Roberti Darosci
Formadora: Graziela Alves



MEMÓRIAS DA MINHA VIDA...

Quando era criança brinquei de tudo aquilo que uma criança gosta de fazer; eu e meus dois irmãos e vizinhos brincávamos de pular corda, pega-pega, andar a cavalo, jogar voleyball, andar de bicicleta, tomar banho no rio Tiucas. Ganhávamos brinquedos somente no natal, mas durante o ano fabricávamos nossos próprios utilizando materiais simples do dia-a-dia como, por exemplo, boizinhos de pau, carrinhos de madeira, bonecas feitas com cabelos de milho seco, em fim tive uma infância e adolescência muito feliz, meus pais eram muito pacientes.
Fiz o ensino primário que na época era chamado de 1ª a 4ª série na Escola Isolada de Ribanceiras do Norte, depois ensino ginasial, como era chamado, na Escola Patrício Teixeira Brasil, como também o ensino normal. Nesta época a diretoria e as professoras eram, na sua maioria, freiras. Havia muita disciplina, aprendi valores que até hoje uso na minha vida profissional. Fiz faculdade em Itajaí, e pós-graduação em Florianópolis. Iniciei minha carreira profissional em Tijipió, na Escola Isolada de Canudos, isso em 1974, trabalhando com quatro turmas, pegava caderno de tarefa dos outros professores mais velhos para aprender a fazer as minhas próprias tarefas e trabalhar com meus 26 alunos. Nos dois primeiros anos senti um pouco de dificuldade, mas depois foi tudo muito tranqüilo. Em 1979 foi criado do Grupo Escolar Alice da Silva Gomes, na mesma oportunidade fui nomeada diretora pelo Prefeito Municipal Wilde Carlos Gomes, mais tarde este estabelecimento de ensino foi transformado em Escola de Ensino Fundamental Alice da Silva Gomes, hoje Escola de Educação Básica Alice da Silva Gomes. Exerci o cargo de diretora por 14 anos, sendo exonerada do cargo em 1992, por motivos políticos, e continuei trabalhando na mesma escola como professora, onde me aposentei em 1998.
Casei em 1981, muito bem em graças à Deus, tive dois filhos maravilhosos, em 2001 meu marido veio a falecer de infarto, foi um período muito para mim pois dividíamos muito nossas tarefas de pai e mãe, mas aos poucos fui me adaptando a nova vida. Em 2002 fui convidada para trabalhar como professora no Colégio Estadual de São João Batista, onde fui muito bem acolhida, com uma nova experiência, desta vez trabalhando com o 2º grau, onde me senti mais uma vez realizada. Em 2007, por ser uma escola próxima a minha casa, e por fazer parte da minha vida, passei a trabalhar novamente na Escola de Educação Básica Alice da Silva Gomes, onde trabalho até hoje, com muito amor, carinho e dedicação. Sou uma pessoa feliz mesmo com os tropeços que fazem parte do nosso cotidiano.

Curso Diversidade Textual: os gêneros na sala de aula
Autora Desconhecida
Formadora: Graziela Alves



MEMÓRIA PESSOAL

Entre tantas, essa também é de assustar. Nunca esqueci.
Eu era aluna da Escola Patrício Teixeira Brasil, que era administrado por freiras (Irmã Zélia, Irmã Salete, Irmã Solange, Irmã Marli, entre outras). O uniforme era saia de prega azul marinho, comprimento até no joelho, cor da blusa de cambraia branca com bolso bordado ou dependendo, as vezes de gravata bordada (ginásio normal), sapato colegial preto e meia branca ¾.
Eu, impecavelmente uniformizada, até a blusa engomada, tudo Ok, porém não tinha o sapato preto colegial, tinha sim, outro calçado qualquer. Isto porque o meu pai não podia comprar devido não ter recebido o dinheiro da cana que havia sido vendida para usina. Que, só iria comprar quando recebesse.
Umas das freiras, não ouviu a minha história e me colocou na rua das 13horas até as 18horas quando o ônibus subia.
Nesse dia perdi a aula e com meu pai fui tirar a medida do sapato colegial que só peguei quando o meu pai recebeu o dinheiro.
Enquanto isso, perdi aula até o sapato ficar pronto porque não tinha pronto para vender. Inacreditável!



PROFESSORA DO INTERIOR

Como professora, meu sonho já realizado. Entre tantas e tantas memórias, de vários tipos, esta, eu nunca esqueci.
Na época, a professora usava guarda pó branco. Não podia dar aula sem guarda pó. E, em uma época deu um temporal com enchente, a ponte de arame onde eu passava viro, ficando difícil passar de bicicleta (no meu caso) e eu me molhei muito visto a chuva correr torrencialmente pelas estradas, tirei o guarda pó. E, neste dia, chegou também para ajudar a situação da Supervisão e a Inspetora na escola. Como não foi aceito eu entrar na sala sem uniforme, tive que voltar de bicicleta em casa para pegar outra e poder começar o trabalho.
Concluindo, jamais esquecerei.

Curso Diversidade Textual: os gêneros na sala de aula
Autora Desconhecida
Formadora: Graziela Alves



Memorial..

Minha história começa no ano de 1990 na cidade de Tangará (Santa Catarina), terra do vôo livre e dos bons vinhos. Meu pai, (já falecido) era caminhoneiro e na época da colheita da uva ajudava meus avós e minha mãe era doméstica.Com o passar dos anos meus avós não puderam mais cuidar do negócio da uva sozinhos e meu pai foi ajuda-los.
No ano de 1995 meu pai após uma intoxicação resultante da falta do uso de materiais como máscaras e luvas, acabou falecendo. Desde então somos sozinhos: minha mãe, meu irmão e eu.
Depois do acontecido fomos morar em Videira (Santa Catarina) onde passei toda minha infância. Foi la que aprendi dar valor as coisas simples como amigos, parentes, estudo e ao trabalho. Em Videira fui estudar em uma escola chamada Escola de Educação Básica Josefina Caldeira de Andrade (JOCAN).
A escola ficava bem perto de uma favela, então minhas companhias não eram as melhores, mas, minha mãe me matriculou em uma escola de música para aprender tocar violino e isso me tirou da marginalização.
Lembro-me bem das aulas que hoje ministro com entusiasmo... pensava eu ... “ que chato deve ser a vida de um professor”.
Minha primeira professora de História era uma senhora muito cansada, esperando sua aposentadoria, triste e sem “aquele” brilho no olhar que o tempo levou. Eu sempre muito curioso fazia perguntas que a deixava irritadíssima como quando ela falava que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil eu perguntava a ela se quem descobria era quem chegava primeiro e ela com aquela paciência dizia que sim, eu dizia que então quem descobriu o Brasil foram os índios. Lembro-me do que ela disse a minha mãe “ótimo humor.. péssima nota”, quando ela aposentou-se veio outra professora.
No ano seguinte pensei que seria tudo igual, mas uma professora me surpreendeu, ela chamava-se Lúcia, que lecionava História e Geografia, estava ensinando sobre História do Brasil,mais precisamente sobre Independência do Brasil. Ela estava com um grande e armado casaco preto e com um volume estranho na região da cintura, isso chamou a atenção de mim e de meus colegas. A cada passo que ela dava em direção ao centro da sala, ia soltando um botão do casaco quando de repente ela estava falando sobre D. Pedro I que subiu em seu cavalo e com um forte e intenso grito disse.. nesse momento ela já estava com o casaco todo aberto e em mãos uma espada dourada com azul, quando ela puxou-a e gritou “INDEPENDÊNCIA OU MORTE!!”. Ao mesmo tempo que eu fiquei admirado eu fiquei horrorizado, nunca imaginei um grito de independência dentro de uma sala de aula, percebi que a vida de professor poderia ser muito interessante.
Todo o dia quando a professora Lúcia ia passar um novo conteúdo ela falava sobre uma coisa diferente, geralmente telejornais, notícias e parava a aula a qualquer momento para responder qualquer pergunta ela sempre dizia que um minutinho a menos de aula valia apena se fosse para tirar uma dúvida. Quando ela passava conteúdos ela sublinhava as palavras com um jeito... diferente. Ela passava o giz no quadro, mas não saia uma linha inteira, ela saia pontilhada. Todos queriam saber como ela fazia os “pontinhos” e ela sempre dizia “so vou ensinar para vocês se virarem professores de História” e continuava dando uma gargalhada.
Tudo o que é bom acaba e chegava a hora de eu ir embora dali. A formatura da 8ª série e depois, cidade nova, escola nova, enfim tudo novo. Eu iria para uma cidade chamada São João Batista que só de ouvir falar dava medo.
No ano de 2005 chegamos em São João Batista, era uma cidade bem diferente do que eu estava acostumado, era pequena, mas simpática.
Trabalhando e estudando fui procurando meu espaço, mas não achei, o povo que aqui encontrei, muitas fezes era grosseiro com o pessoal que vinha de outro lugar.
Durante o ensino médio inteiro nada me chamou tanta atenção como antes. Terminei os estudos, mas faltava alguma coisa para ficar completo. O trabalho não era animador, embora muito bem remunerado, resolvi então não parar de estudar, porém estava em dúvida entre três áreas distintas, Psicologia, Jornalismo e História.Descobri que História era a mais acessível e tinha grande necessidade de pessoas trabalhando.
No ano de 2008, entrei pela primeira vez numa universidade, ingressei no curso de História Licenciatura plena na UNIVALI, mas pensei que nunca iria ter coragem para entrar em uma sala de aula. Em agosto viajei para onde eu morava (Videira) e encontrei a minha velha professora, falei para ela que eu estava estudando para ser professor de história e muito feliz ela me ensinou algo que eu jamais pensei que poderia aprender...os “pontinhos” no quadro negro.Me senti a pessoa mais realizada do mundo, por aprender o “segredo” da professora que tanto me inspirou.
Em outubro do mesmo ano, quando fui fazer estágio no colégio que cursei o ensino médio, descobri que estavam precisando de professores para trabalhar na rede municipal de ensino na disciplina de História.Fui então atrás de meu sonho, quem sabe, dar aula... por que não? Nesse mesmo outubro de 2008 entrei pela primeira vez em uma sala de aula.
O primeiro ano em que trabalhei como professor foi horrível. Errei muito e não acertei quase nada, talvez eu precisasse amadurecer um pouco mais, afinal eu só tinha 18 anos. Por todos os meus erros, acho que paguei um preço bem pequeno, porém, o que eu aprendi com esses erros, são coisas que irão permanecer para sempre na minha vida.
A partir daí comecei a me apegar a cidade. São João Batista foi se tornando minha casa, um lugar onde, depois de me ensinar muito, me acolheu.Essa cidade ficará marcada na minha mente e no meu coração para sempre, porque aqui eu ganhei uma chance de viver o meu sonho.
Em 2009, depois de repensar algumas atitudes, voltei a dar aula na mesma escola onde iniciei minha curta carreira a Escola de Educação Básica Alice da Silva Gomes. Esse foi o ano que mais aprendi, sobretudo, como tratar as pessoas e a me comunicar com elas. A equipe da direção da escola passou a me respeitar como profissional e eu a admira-las.O ano passou e 2010 estava por vir.
Em 2010 recebi várias propostas de trabalho, uma em Nova Trento, outra em Major Gercino, em Videira e uma em São João Batista. Resolvi ficar então onde eu estava, pois, aqui eu aprendi muito e agora estaria na hora de botar em prática aquilo tudo que todas as pessoas maravilhosas que me ensinaram.
Hoje posso dizer com todas as letras que sou muito feliz com o meu trabalho. Amo o que faço e faço o que amo. Só tenho que agradecer por tudo que aqui aprendi. E por essa “família” que me acolheu.
Nessa cidade que a princípio eu tinha pavor, agora eu tenho orgulho em dizer que amo e vou ficar por aqui por muito tempo.

Curso Diversidade Textual: os gêneros na sala de aula
Autor: Joel Likoski
Formadora: Graziela Alves




MEMÓRIA DA MINHA INFÂNCIA

A memória que me marcou no decorrer de minha vida, foi a de quando eu era criança, onde por volta dos meus 8 anos, meus pais iam visitar os parentes no interior, e ficávamos na casa de minha bisavó. Lá, meus primos e eu brincávamos em um morro de escorregar com casca de coqueiro. A diversão era geral. E hoje, cada vez que vejo uma casca de coqueiro, ou um morro liso de grama, me recordo rapidamente daqueles momentos inesquecíveis, inexplicáveis, que nunca sairão de minha memória.

Curso Diversidade Textual: os gêneros na sala de aula
Autora: Crislaine Hames
Formadora: Graziela Alves



CRIANÇA FELIZ

Morava em um lugar onde tudo era perfeito, era uma época que tudo era festa, não havia problemas. O bairro era novo e a casa era nova.
Acordava cedo pra desvendar mistérios, porque tudo era novo com 3 anos de idade, tinha o mundo para descobrir. Andava de um lado para o outro, descobrimos um lugar com muitas árvores, passava um córrego e eu e meu irmão passávamos o dia brincando naquela lugar. Voltávamos para casa só na hora do almoço.
Fui crescendo, entrei no jardim, numa escola pequena, mas muito especial para mim. Foi ali que descobri o quando gostava ler, tomando gosto cada vez mais pela leitura. Quando tinha uns 8 anos, meu irmão começou a trabalhar, já não tinha mais meu parceiro para brincar.
Lembro que meu pai comprou uma bicicleta, e a primeira vez que fui andar cai um tombo e não queria mais nem olhar para ela. Depois voltei a andar.
Meu irmão depois disso comprou uma mobilete, e eu para variar fui andar. Quase passei reto na cerca. Foi engraçado, os vizinhos riam.
Estudei na minha escolinha até a quinta série, depois mudei para outra e o mundo também começou a mudar. Percebi que não era tudo perfeito. Mais nessa época em casa já tinha meus afazeres. Com doze anos, comecei a cuidar do menino da vizinha e já tinha meu dinheiro. Depois ajudei meu pai no atelier, vendia Avon tudo para ter meu dinheiro e comprar minhas coisas. Mais era divertido nos finais de semana, eu e meu irmão sempre saia, eu adorava andar de moto com ele.
Ganhei uma festa de 15 anos bem bonita, convidei todos meus amigos do grupo da igreja. Nessa época já tava no segundo grau e logo depois comecei trabalhar numa fábrica de calçados, não dava nem pra ajudar em casa e o serviço do atelier estava fraco. Foi aí que meu pai decidiu vir morar em São João Batista.
Começamos trabalhar aqui, terminei meu segundo grau. E foi bom ter vindo, mas minha história não terminou.. Guardo minha infância em especial, porque já não tenho mais meu irmão comigo, Deus o quis mais cedo.

Curso Diversidade Textual: os gêneros na sala de aula
Autora: Elaine Nunes da Silva
Formadora: Graziela Alves

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