quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Na última segunda-feira, dia 20, os cursistas do Curso Diversidade Textual: os gêneros na sala de aula, trabalharam com a História do Três Porquinhos, ou melhor, com a Verdadeira História dos Três Porquinhos através da narração do conto infantil, notícia de jornal televisivo, ensenação de um juri simulado e entrevista.
O resultado de todo o trabalho foi brilhante!


A VERDADEIRA HISTÓRIA DOS TRÊS PORQUINHOS



Texto: Jon Scieszka
Ilustrações: Lane Smith/Tradução: Pedro Maia
Companhia das Letrinhas, 2ª edição – 2005

Em todo o mundo, as pessoas conhecem a história dos Três Porquinhos. Ou, pelo menos, acham que conhecem. Mas vou contar um segredo. Ninguém conhece a história verdadeira, porque ninguém jamais escutou o meu lado da história.
Eu sou o lobo. Alexandre T. Lobo.
Pode me chamar de Alex.
Eu não sei como começou todo esse papo de Lobo Mau, mas está completamente errado.
Talvez seja por causa de nossa alimentação.
Olha, não é culpa minha se os lobos comem bichos engraçadinhos como coelhos e porquinhos. É apenas nosso jeito de ser. Se os cheeseburgers fossem uma gracinha, todos iam achar que você é mau.
Mas como eu estava dizendo, todo esse papo de Lobo Mau está errado.
A verdadeira história é sobre um espirro e uma xícara de açúcar.
ESTA É A VERDADEIRA HISTÓRIA.
No tempo do Era Uma Vez, eu estava fazendo um bolo de aniversário para minha querida e amada vovozinha.
Eu estava com um resfriado terrível, espirrando muito.
Fiquei sem açúcar.
Então resolvi pedir uma xícara de açúcar emprestada para o meu vizinho.
Agora, esse vizinho era um porco.
E não era muito inteligente também.
Ele tinha construído a sua casa toda de palha.
Dá para acreditar? Quero dizer, quem tem a cabeça no lugar não constrói uma casa de palha.
É claro que, assim que bati, a porta caiu. Eu não sou de ir entrando assim na casa dos outros. Então chamei: “Porquinho, Porquinho, você está aí?”. Ninguém respondeu.
Eu já estava a ponto de voltar para casa sem o açúcar para o bolo de aniversário da minha querida e amada vovozinha.
Foi então quando meu nariz começou a coçar.
Senti o espirro vindo.
Então inflei.
E bufei.
E soltei um grande espirro.
Sabe o que aconteceu? Aquela maldita casa de palha desmoronou inteirinha. E bem no meio do monte de palha estava o Primeiro Porquinho – mortinho da silva.
Ele estava em casa o tempo todo.
Seria um desperdício deixar um presunto em excelente estado no meio daquela palha toda. Então eu o comi.
Imagine o porquinho como se ele fosse um grande cheeseburger dando sopa.
Eu estava me sentindo um pouco melhor. Mas ainda não tinha minha xícara de açúcar. Então fui até a casa do próximo vizinho.
Esse vizinho era irmão do Primeiro Porquinho.
Ele era um pouco mais esperto, mas não muito.
Tinha construído a sua casa com lenha.
Toquei a campainha da casa de lenha.
Ninguém respondeu.
Chamei: “Senhor Porco, senhor Porco está em casa?”.
Ele gritou de volta: “Vá embora, Lobo. Você não pode entrar. Estou fazendo a barba de minhas bochechas rechonchudas”.
Eu tinha acabado de pegar na maçaneta quando senti outro espirro vindo.
Eu inflei. E bufei. E tentei cobrir minha boca, mas soltei um grande espirro.
Você não vai acreditar, mas a casa desse sujeito desmoronou igualzinho à do irmão dele.
Quando a poeira baixou, lá estava o Segundo Porquinho – mortinho da silva. Palavra de honra.
Na certa você sabe que a comida estraga se ficar abandonada ao relento. Então fiz a única coisa que tinha que ser feita.
Jantei de novo.
Era o mesmo que repetir um prato.
Eu estava ficando tremendamente empanturrado.
Mas estava um pouco melhor do resfriado.
E eu ainda não conseguira aquela xícara de açúcar para o bolo de aniversário da minha querida e amada vovozinha. Então fui até a casa do próximo vizinho. Esse sujeito era irmão do Primeiro e do Segundo Porquinho.
Devia ser o crânio da família. A casa dele era de tijolos.
Bati na casa de tijolos. Ninguém respondeu.
Eu chamei: “Senhor Porco, o senhor está?”.
E, sabe o que aquele leitãozinho atrevido me respondeu?
“Cai fora daqui, Lobo. Não me amole mais.”
E venham me acusar de grosseria!
Ele tinha provavelmente um saco cheio de açúcar.
E não ia me dar nem uma xicrinha para o bolo de aniversário da minha querida e amada vovozinha.
Que porco!
Eu já estava quase indo embora para fazer um lindo cartão de aniversário em vez de um bolo, quando senti um espirro vindo.
Eu inflei.
E bufei.
E espirrei de novo.
Então o Terceiro Porquinho gritou: “E a sua velha vovozinha pode ir às favas”.
Sabe, sou um cara geralmente bem calmo. Mas, quando alguém fala desse jeito da minha vovozinha, eu perco a cabeça.
Quando a polícia chegou, é evidente que eu estava tentando arrebentar a porta daquele porco. E todo o tempo eu estava inflando, bufando e espirrando e fazendo uma barulheira.
O resto, como dizem, é história.
Tive um azar: os repórteres descobriram que eu tinha jantado os outros dois porcos. E acharam que a história de um sujeito doente pedindo açúcar emprestado não era muito emocionante. Então enfeitaram e exageraram a história com todo aquele negócio de “bufar, assoprar e derrubar sua casa”.
E fizeram de mim o Lobo Mau.
É isso aí.
Esta é a verdadeira história. Fui vítima de uma armação.
Mas talvez você possa me emprestar uma xícara de açúcar.

FIM



















JURI SIMULADO – A VERDADEIRA HISTORIA DOS TRES PROQUINHOS

Personagens:
Vani – defesa
Policial – Mª Augusta
Kelly – Promotora
Porco sobrevivente - Inivalda
Cilene – Juiza
Ana – Vó
Leo – Lobo

Promotor :-Todos de pé para recebermos o juiz: Pompeu Alvarenga Peixoto Filho.
( entra o juiz e bate o martelo) – Declaro aberta a seção, chamo os jurados para tomarem seus acentos.
( entra o júri)
Juiz: – Faça entrar o réu Alexandre T. Lobo.
(Policial entra com o réu)
Promotor: – Dando procedimento aos autos do processo de Alexandre T. Lobo é acusado pelo assassinato duplamente qualificado e ocultamento de cadáver dos irmãos porcos. Sabe-se que o autuado compareceu a residência das vitimas, alegando pedido de empréstimo de uma xícara de açúcar para o fim de preparação de um bolo para a sua avó. O réu alega acidente causado por problemas de saúde, declarando-se inocente. Chamo para depor o réu: Alexandre T. Lobo.
Policial com a Bíblia para o juramento: - Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade?
Lobo: – Juro
Juiz: - Que inicie o interrogatório
Defesa: - A.T.L. O que você estava fazendo no tempo do “Era uma vez”?
Lobo – Pô brow, tava de boa fazendo um bolo p minha velha vovozinha.
Defesa: - Como você se sentia naquela noite?
Lobo: - Tava com uma malemolência do cão, mas muito de boa, feliz, ta ligado pelo bolo da minha querida, amada vovozinha, mas tava c uma gripe da peste, suspeita de H1N1
Defesa: - Você tomou algum remédio naquela noite?
Lobo: - Extrato de graviola concentrado, faixa preta.
Defesa: - Procede que você com seu estado de saúde abalado, espirrava compulsivamente?
Lobo: - Toda hora, por cima e por baixo.
Defesa: - Sem mais perguntas!
Juiz: - Com a palavra o promotor.
Promotor: - Alexandre T. Lobo, é fato que você degustou os 2 irmãos porquinhos?
Lobo: ( meio sem jeito) É... comi... tá ligado que não é meu tipo desperdiçar comida aqui nesse pais com tanta pobreza, e tantos passando fome.
Promotora: - Se você estava com suspeita de gripe suína, porque foi comer ainda mais porcos?
Defesa: - Protesto meritíssimo, ele esta coagindo meu cliente.
Juiz: - Protesto negado. Prossiga
Lobo: - Ora, tipo assim, tomei o concentrado da parada la e tu não tem noção, de como se fica doidão, ai fui de boa, tudo na sussi, só tava aproveitado o bacon, maió pecado deixa lá assim!!!
( Alguém grita: assassino)
Juiz: Silêncio no tribunal
Promotora: - Sem mais perguntas.
Defesa:- Chamo para depor a senhora avó de Alexandre T. Lobo.
( policial acompanha a avó e faz o juramento)
Defesa: É verdade que como de costume, seu neto lhe faz bolo, sempre em seu aniversário?
Vovozinha: Sim, meu netinho é muito prestativo, nunca esquece do meu niver, é um menino muito bonzinho, tem esse jeitinho aruá, mas um docinho de menino.
Defesa: - Senhora avó pode nos falar um pouco dos hábitos alimentares do seu neto?
Vovozinha: óia, o preto preferido dos lobos em geral é um bacon assado, cozinho, ensopado, cru, de toda forma.
Defesa: - Vejam só meus amigos jurados, não é culpa que é da natureza dos lobos esse fascínio por baco, é genético isso, não podemos culpar um único lobo por tudo......
- Sem mais perguntas.
Promotora: Muito bem senhora avó, consta nos autos e tenho aqui em mãos documentos que comprovam tudo o que irei falar. A senhora é diabética crônica, hipertensão arterial, tireoide, HDL, miopia, astigmatismo, catarata, reumatismo, osteoporose sem tirar os problemas auditivos, além de herpes genital e pelo visto mal de Parkson . Que capacidade você tem de argumentar em prol do seu neto que possui processo na delegacia da floresta na 5ª árvore, B.O por agressão a idosa acionando a Lei Maria da Penha. Peço meritíssimo que desqualifiquem essa senhora por ser incapaz de discernir o que é verdade ou não , o que a incapacita como testemunha.
( desespero da vovó) – Eu preciso ajudar meu netinho, por favorrrrrrrr!!!!
Promotor: Chamo agora a testemunha: O porquinho sobrevivente
( Policial faz o juramento)
Promotor: Qual é a relação que você e seus irmãos tinham como o seu vizinho Lobo?
Porquinho; Nós não éramos os vizinhos mais íntimos, mas convivíamos socialmente, no entanto, meu irmãos sempre tiveram medo e temiam por suas vidas em relação ao Lobo, como me arrependo de deixa-los tão frageias naquelas casinhas.
Promotor: Porquinho, nos relate o que aconteceu no dia do ocorrido.
Porquinho: - Meus irmão e eu nos reuniríamos para o jantar como costumávamos fazer sempre que possível. Mas este foi um dia infeliz, preparei o jantar e aguardei que eles chegassem e eles simplesmente não chegaram. O restante vocês já conhecem, sabem o que aconteceu. É preciso que haja justiça, Um sanguinário malvado como esse Lobo, não pode viver a solta por ai ameaçando mais seres indefesos como meus irmãos.
Promotor: - Sem mais perguntas
Defesa: - Senhor porquinho você já foi ameaçado pelo senhor Lobo?
Porquinho: Com palavras não, mas só presença daquele ser repudiante e carnívoro já era o suficiente ameaçados para os seres da floresta, principalmente para mim e para os meus irmãos que éramos o prato preferido dele.
Defesa: Sem mais perguntas.
Juiz – Passo a palavra a defesa
Defesa: ( Apelação)
Juiz: - Com a palavra a promotoria
Promotoria: ( Replica da promotoria)
( O júri sai para analisar e volta com a condenação do escrito)
Policial:- todos de pé para receber o resultado deste jurí.
Juíz: - O juri decidiu de forma unanime, com base nos depoimentos e provas analisadas que o senhor Alexandre T. Lobo é culpado de homicídio doloso, aquele sem intenção de matar, pelo qual passará recluso pelo período de 10 anos

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